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27 de maio de 2015

A Luta de cada um - Pagu

Acho que ninguém nunca vai escrever direito a história da Pat. Cada um conta de um jeito e não contam o por dentro que era o mais bonito que ela tinha. Eu gostaria que um dia a história dela fosse contada direitinho.
     -Telma.     

Depois de muito tempo, enfim uma resenha de livro aqui no blog. Pra quem não lembra da primeira está aqui. Li A Luta de cada um Pagu, já faz um tempinho, e queria compartilhar com vocês esse livro que tanto gostei. 

Pra quem não sabe e não associa esse nome a nada, Patricia Rehder Galvão mais conhecida como Pagu, nasceu em São João da Boa Vista interior de São Paulo, em 1910, foi Jornalista, Escritora, Militante política revolucionária, (principalmente no governo de Getúlio Vargas), Crítica/Diretora de teatro, Poeta, Desenhista. Fez parte do modernismo brasileiro junto de outras grandes mulheres, e também foi uma das primeiras feministas (não necessariamente com esse nome) a surgir no Brasil no século 20. Diria que Pagu foi uma figura instigante, que pensava fora da caixinha totalmente e sempre a frente de seu tempo. E que também lutava por àquilo que acreditava. E como lutava.

Esse livro é uma biografia autorizada, escrita por Lia Zatz.  E quem conta a história é Telma, uma personagem fictícia criada pela autora. Telma é uma catadora de sacos plásticos e outras coisas que ela recolhe aos montes. São seu sustento, para cuidar do filho. Entre várias coisas que Telma acha, muitas vezes ela encontra documentos/histórias de pessoas que já morreram, e os familiares veem o porque?! de guardar toda àquela papelada. E assim Telma encontrou a história de Pagu. Uma jovem que deu o qui falar durante toda a sua vida. Começava assim a narrativa/história de Telma e Pagu, com o intuito de contar tudo direitinho, e o mais verdadeiro possível.

Como disse acima Pagu, foi uma revolucionária no seu tempo. Polêmica, ela causou muito na sociedade paulista daquela época. Ela não se vestia do mesmo modo como às outras mulheres se vestiam. Pagu, era extravagante. Fumava, usava batom roxo, maquiagem forte, cabelos soltos sem nada para domá-los, roupas diferentes, onde passava chamava atenção. Pagu, não seguia os padrões de beleza da época, gostava mesmo era de si vestir do jeito que si sentia bem. Tinha uma beleza que chamava atenção. Neste livro tem várias fotos dela e com toda a certeza posso afirmar que ela era linda.

Pagu, Geraldo e o filho Kiko. Pagu e sua irmã Sidéria. Pagu.
Quando digo que com CERTEZA Pagu, era uma mulher de garra, e polêmica isso é bastante verdade. Pagu, se casou muito nova aos 19 anos, com o Oswlad de Andrade, que antes era casado com a Tarsila do Amaral. Oswald de Andrad foi uma pessoa muito importante para Pagu, em todos os sentidos. Isso fica muito visível no livro. Foi o homem que lhe apresentou a vida, a cultura, os vários modos de si pensar. Pagu, já era Pagu antes de conhecer o Oswald, já pensava fora da caixinha e já tinha a sua própria personalidade, mas o Oswald lhe apresentou o mundo, e contribuiu muito pra vida da Pagu. E como contribuiu, tiveram um filho juntos o Rudá. Foi um homem  que ela amou, e foi muito amada. Depois de um tempo eles se separaram, e Pagu teve outro marido, que cuidou dela até o dia de sua morte, o Geraldo Ferraz. Geraldo era muito apaixonado pela Pagu, cuidou dela com muito carinho nos seus últimos dias de vida. Eles também tiveram um filho chamado Kiko.
Oswald, Pagu e o filho Rudá

Pagu, era muito nova quando se associou  ao Partido Comunista Brasileiro (àquele do Getúlio Vargas do começo da década de 30.), e por causa dele foi inúmeras vezes pra cadeia. Numa época que não si via nenhuma mulher fazendo parte de um partido e protestando,  ela fez a diferença. Como fez!
Pagu, também viajou pra outros países. Em 1933 decidiu ir embora para a França, conhecer o mundo. Era nova, tinha apenas 23 anos e precisava disso. Mas, isso também teve consequências. Teve que deixar o filho com o então marido Oswald. Ficar separado do filho foi muito triste para a Pagu, precisava ir embora, mas um dia voltaria.

A Pagu também adorava dançar. Isso fica bem visível no começo do livro. Quando ela era criança, por exemplo ADORAVA ir nos carnavais de rua, junto da irmã Sidéria. Adorava si fantasiar. E foi ai que ela viu como os homens assediavam às mulheres. Pagu, mostra isso muito bem no seu romance:

Todas as meninas bonitas estão sendo bolinadas. Os irmãozinhos seguram  as velas a troco de balas. A burguesia procura no Brás carne fresca e nova
  - Que Pedaço de Italianinha!
  -Só figura. Vá falar com ela. Uma analfabeta.
  -Pruma noite, ninguém precisa saber ler.
Esse livro A Luta de Cada Um Pagu, é um livro que conta a história da Pagu, de uma forma simples, sem aqueles  flu, flu só pra deixar o livro mais grosso. Uma pessoa simples, como ela era. Uma pessoa que apesar das dificuldades, e de todas às pessoas, ela nunca deixou de ter esperança de um mundo melhor pra todos. Lutou por isso, fez muitas coisas, mas era apenas uma no meio de um monte de gente medrosa e totalitária. Pagu, apesar de não aparecer muito nos livros de história, e não parecer necessariamente importante pra história do Brasil, ela foi sim! Uma GRANDE figura feminina. E ainda é! No sentido de lutar pelos seus direitos, de ter o direito de ter sua própria opinião, o seu próprio jeito de si pensar. De ir contra aquilo que não achava certo, e de fazer o qui for preciso, pra aquilo que acreditava si tornar realidade.

Esse livro é  uma leitura simples, gostosa de si ler. Um livro cheio de imagens da época, e de desenhos feitos pela própria Pagu. E também com uma grande ajuda ao meio ambiente, porque o livro é feito de folhas recicláveis.

Acho que não existe definição para a Pagu. Defini-la seria indiotice da minha parte. A Pagu foi tudo. Uma mulher de verdade, que vale muito a pena ser lida. Vele a pena dar uma chance, e conhecer como foi a vida da Pagu. Ela não foi apenas uma mulher militante, que ia contra tudo e todos, ela também foi mãe, esposa, amiga, filha, irmã... ela foi tudo quisesse ser, e fazer.

E pra quem não associa o nome da Pagu a nada, como eu disse no começo do texto. Eu aposto que vocês já viram, ou já ouviram essa música por ai:




Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda Brasileira é Bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito home

P.S: essa música é FOOODAHH...

~~~~~♥~~~~~

Uffa, enfim terminei! Tenho a impressão de qui falei dimais, e que mesmo assim ficou faltando muita coisa. Histórias boas são assim, sempre ficam faltando alguma coisa. Mas, acho que deu pra vocês conhecerem melhor a Pagu, e a história dela. E si vocês quiserem saber mais sobre ela, e só pesquisarem pela net, vocês vão encontrar bastante coisa. E é claro lerem esse livro A Luta de cada um Pagu,  e outros livros que existem sobre a Pagu.



Espero que tenham gostado do livro, e da resenha.
Até a próxima.



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